25 novembro 2010

Crítica: “Você vai conhecer o homem dos seus sonhos”



O novo filme de Woody Allen conta a história de Helena (Gemma Jones) que está se separando após 40 anos de casamento de Alfie (Anthony Hopkins). Enquanto ele corre atrás da juventude perdida e casa-se novamente com a jovem “atriz” Charmaine (Lucy Punch), Helena encontra conforto nas previsões de uma vidente charlatã. O casal tem uma filha, Sally (Naomi Watts) casada com o escritor falido Roy (Josh Brolin), que só tem olhos para sua bela vizinha Dia (Freida Pinto), enquanto Sally só tem olhos para seu charmoso chefe Greg (Antonio Banderas).

O cartaz no cinema anuncia: “Uma comédia romântica de Woody Allen”. Tem romance, tem comédia, mas o toque de Mr. Allen faz tudo ficar diferente. Tragicômico. Ao final experimentei a mesma sensação ao assistir pela primeira vez “A rosa púrpura do Cairo” (The Purple Rose of Cairo, 1985). “Você vai conhecer o homem dos seus sonhos" se aproxima de “A rosa” quando nos fala do quanto de ilusão precisamos para suportar a realidade. No caso de “A rosa” é o cinema que cumpre o papel aqui representado pela falsa vidente.

Allen é um reconhecido cronista da vida. Neste filma ele investiga as fraquezas, sonhos e frustrações de uma classe média americana, sem deixar a neurose de lado. Comparando com “Vick Cristina Barcelona” (2008) e ‘Tudo pode dar certo” (2009), os últimos nesse “estilo”, este é certamente o mais leve. E certamente muito divertido. Destaque para a deliciosa trilha sonora. O texto do próprio Allen está afiadíssimo e ele rege com maestria as muitas situações e personagens do filme. Este último Woody Allen é imperdível.

Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (You Will Meet a Tall Dark Stranger)
EUA , 2010 , 98 minutos, comédia
Direção e roteiro: Woody Allen
Elenco:Gemma Jones, Naomi Watts, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Antonio Banderas, Lucy Punch, Freida Pinto, Pauline Collins, Anna Friel, Roger Ashton-Griffiths



Postado por Tais Carvalho

4 comentários:

  1. Um filme que realmente preciso ver. Esperando a estreia dele aqui onde moro. Ótimo texto!

    abs,
    sebosaukerl.blogspot.com

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  2. Woddy Allen já fez melhor. Parece que se estabilizou no tempo e não consegue evoluir para além dos diálogos, que por sinal, são muitissimo bem cuidados.
    A técnica é a mesma que o consagrou: histórias complicadas de pessoas simples que carregam consigo tudo aquilo que o diretor sempre fez questão de ser - e que talvez, por sua imensa vontade de demostrar isso a todo o tempo, o deixe um tanto quanto irritante: a "cultura CULT".
    Não que o filme seja descratavel, mas que existe uma decadência na parte realizadora do diretor, isso sim existe.
    E só uma observação: a classe média que Taiz Carvalho cita não é americana, e sim britânica. Apenas observem o sotaque, os "cabs", as construções..

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  3. Obrigada pela observação Bonecão de Argila, você tem razão. A classe média retrata no filme é a britânica e não a americana. Vou aproveitar e fazer outra observação, meu nome é Tais com "S" e não com "Z". Abs!

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  4. opa.. falha minha!
    boa sorte com o blog.. está mandando bem

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