22 fevereiro 2011

Crítica "Bruna Surfistinha"


A história da jovem Raquel Pacheco(Deborah Secco), filha de classe média paulistana que um dia sai de casa e toma uma decisão surpreendente que nada tem haver com o sonho de uma adolescente comum: virar garota de programa. Em pouco tempo, Raquel se transforma em Bruna Surfistinha e passa a ser uma celebridade nacional,contando sua rotina em um blog na internet.

A trama é meio batida, mas encara a prostituição de forma diferente e não romanceada como nos filmes "Uma Linda Mulher" e "Bonequinha de luxo", pois mostra "de cara" o motivo da decisão da personagem. Um pouco de ilusão cabe só no começo do filme quando ela era ainda uma "patricinha" colegial. Podemos pontuar 5 "capítulos" principais na vida da personagem: a saída de casa, a rotina em um bordelzinho, a vida chique de prostituta de luxo, a decadência afundada nas drogas e uma "retomada".


Adaptar a vida de um personagem como "Bruna Surfistinha" nos faz pensar o fascínio que temos por personagens que de alguma forma transgrediram o que a sociedade condena. Sejam celebridades como Jim Morrison, sejam pessoas comuns como a própria Bruna. Podemos ate correlacionar a vida de Bruna com os de artistas pop guardadas as devidas proporções, com um ascensão ao sucesso, drogas, decadência.

O diretor optou por mostrar em boa parte de sua narrativa a vida "glamurosa" da prostituta e pouco da decadência, tornando a história mais "light" do que deveria ser.

A trilha sonora está primorosa com várias músicas dos anos 80 e 90, como "Listen to your heart" do grupo Roxette, hit dos karaokês. As cenas de sexo, fazem parte de uma boa fatia da narrativa e o diretor tem que usar de criatividade para não cair no lugar comum.

A caracterização da Deborah Secco como adolescente convence sem grandes transformações. Apenas um corte de cabelo e roupas largadas e a atitude da atriz fazem você acreditar que ela tem 18 anos em uma mistura de melancolia e timidez. Já a personagem Bruna Surfistinha, que de inicio é apenas persona, toma conta de Raquel que adota atitude sexy e confiante como se o mundo da prostituição de luxo fosse seu mundo ideal. .

Talvez o filme agrade mais a ala masculina do que a feminina, pois o corpo de Deborah Secco é um dos grandes "atrativos" do filme, mas não só. Quem for sem expectativas ao cinema, vai se surpreender com as atitudes e pensamentos da personagem, como por exemplo a profissão não ser nenhum problema. Muito pelo contrário, pois a personagem acredita que se não fosse prostituta não teria vivido intensamente.


Bruna Surfistinha
 BRA, 2009, 90 min.

Direção: Marcus Baldini
Roteiro: José Carvalho, Homero Olivetto e Antonia Pellegrino.
Elenco: Deborah Secco, Cássio Gabus Mendes, Fabíula Nascimento, Cristina Lago, Guta Ruiz e Drica Moraes.


Trailer de Bruna Surfistinha



Postado por Guilherme Monteiro

5 comentários:

  1. Espero conseguir ver o filme ainda neste final de semana D:

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  2. Com certeza, deve estreiar essa sexta nos cinemas do Grupo Severiano Ribeiro e do Grupo Estação.
    Inté!

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  3. Adorei o que escreveu sobre nosso filme!
    Espero que lotem os cinemas. Abraço!

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  4. Pouco importa se a suposta vida pregressa da personagem seja fake e um bem sucedido produto de marketing; pouco importa que Raquel Pacheco seja o nosso Thierry Gueta e a sua “cinebiografia” o nosso Exit Through the Gift Shop; pouco importa que o roteiro subverta a obra em que se baseia e vitimize sua heroína; pouco importa que a trajetória do programa de R$ 300,00 para executivos vips ao programa de R$ 20,00 em muquifos do centro da cidade seja por demais inconvincente; pouco importa que o Radiohead tenha liberado seu clássico para a trilha sonora (aliás, as “falsas árvores de plástico” de Thom Yorke têm tudo a ver). O pior é terem tido a ousadia de colocar como tema principal “Time of the Season” do The Zombies, num pseudo-striptease meia boca – praticamente um sacrilégio. O único filme em que cabe essa canção é o dinamarquês QUERIDA WENDY de Thomas Vinterberg, com roteiro de Lars Von Trier, onde a música é quase uma personagem.
    O erotismo não basta, embora o milhão de espectadores esteja garantido.

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  5. Não gostei do filme , o roteiro teve muitos buracos e aquilo parecia filme pornográfico !

    Veja a minha crítica :

    http://cineastaleonardo.blogspot.com/2011/02/bruna-surfistinha.html

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